Monday, August 13, 2012

CADERNO SOLAR


 

Rita Nicolau | VALENÇA

As Comédias do Minho integram a necessidade natural de persistência ao deixar o Teatro invadir em dinamismo criativo através da ousadia que a região do Alto Minho impõe, de fundir a dança das origens através de impressões com memória, caracterizando desta forma um conceito de transição entre passado, presente e futuro.
SOLAR é presenciar uma história que é nossa. É reconstruir vivências num único silêncio de ligações que adotam “o lugar” como palco.
Não há espaços longínquos mas sim o ponto do esforço, do suor, da comunidade e da natureza que se deixa entrelaçar por copos em solo fértil.
Braços e mãos transformados em árvores, rostos disfarçados de vidas, reflexos de um ciclo com Terra na paisagem. E as gotas de água são metamorfoseadas em refresco balsâmico depois de mais um dia de trabalho.
Há a partilha e a generosidade, contudo os corpos por vezes são pesados, rasgando a vinha em gestos continuados e agressivos.
SOLAR é confundir o mais simples movimento na natureza com os afazeres de todo o processo do vinho, mostrando a luta uníssona do Teatro com o meio, os costumes e as tradições.
Os corpos, esses vão sendo veículos humanos que se repartem em ideia de memória comunitária. SOLAR é vivência! SOLAR é abertura no tempo! SOLAR é um lugar numa Terra ou uma Terra num lugar!
Em todo este decurso, penso que o anseio comum é a vontade de aproximação entre uns e outros, porque o toque é gesto, o gesto é sentimento, o sentimento é reflexo, o reflexo é a transparência do espírito no momento do desejo comum de expressão.
Não há pessoas esquecidas, nem vontade de desistir. Há passos, risos, objetos e todos estão em testemunho real num espaço perto do coração e paralelo à alma. São as nossas raízes que se dispersam através da terra para prolongar a vontade dos Tempos.
SOLAR é um espetáculo de corpos em gestos de dança com a paisagem, em ciclos de luz, som e referências de contágio entre o espectador e os bailarinos. É um lugar onde todos se cruzam e não desfiguram a língua que falam. É um projeto de encontro.
Assim, a dança continua repetidamente a subir pela luz e a escorregar nas palavras abrindo um universo de sentimentos que discutem vontades e sonhos.
Deixem a bailarina dançar!
Deixem a bailarina rodopiar a sua dança inocente com o suor do seu corpo no final de mais um dia de trabalho!


João Agrela e família | VN CERVEIRA

De tempos a tempos a vida toma estradas secundárias. A grande maioria não tem qualquer significado, nem nos traz algo de novo. No entanto, acontece que, por vezes, aparece uma estrada que nos transporta para novos mundos, outras formas de estar, trabalhar, sentir. Um destes dias, as peripécias da vida levaram-me para uma dessas estradas e fizeram-me representar durante uns tempos o papel de ator.
Primeiro foi a oficina de formação a cargo do Radar 360º. Depois foram os ensaios e a fase de criação das cenas que nos envolveu a todos. Finalmente foi a apresentação ao público, durante três noites, do SOLAR. A descoberta, a camaradagem, o espírito de equipa, a empatia e toda a envolvência fizeram desta estrada uma das melhores de ser vivida. Com gestos comuns traduzimos hábitos comunitários cíclicos de trabalho e o ciclo da terra e da natureza e através deles vivemos o espirito das gentes que se entregam a estes ciclos.
Por todas estas razões é justo deixar aqui o testemunho sobre o trabalho feito pelas Comédias do Minho. Um obrigado a todos e em especial ao Gonçalo Fonseca. Todo este percurso convosco foi simplesmente fenomenal, fantástico, fabuloso… espero (esperamos) que até breve, numa outra qualquer estrada da vida.
 
 
Joana Gomes e Sara Fernandes | MONÇÃO

O projeto Solar, o mais recente trabalho das Comédias do Minho, envolveu 5 concelhos do Vale do Minho, tendo as apresentações decorrido ao longo dos meses de junho, julho e agosto.
Este espetáculo remonta para um passado não muito longínquo em que, com gestos de trabalho do quotidiano na lida da vinha/campo/terra, se recriou uma dança na paisagem. Esta dança engloba várias passagens na vida da vinha, desde o nascimento até à sua morte, passando por todos os processos de crescimento e tratamento da mesma.
Mas começando do princípio…
Durante o primeiro trimestre deste ano, de todo o lado chegavam notícias de que a companhia das Comédias do Minho procurava gente destemida e bem- disposta para realizar este projeto. A notícia chegou inclusive aos ouvidos do grupo de dança All Styles, da AJUM (Associação de Jovens Unidos de Mazedo), do grupo Filarmónica Milagrense e da Universidade Sénior. Estavam então encontradas as personagens necessárias para realizar este projeto.
A primeira experiência com esta causa nasceu de uma simbiose perfeita entre as Comédias do Minho e a associação  cultural Radar 360º, da qual resultou um pequeno workshop intensivo que decorreu no mês de abril, nas mãos de António Oliveira e Julieta Rodrigues. Este curto espaço de tempo em que tanto se passou, podemos dizer que foi uma espécie de trabalho de campo/pesquisa com o intuito de nos preparar para o que aí viria… Retratámos vários aspetos relacionados com a vinha que nos viriam a ser úteis para o Solar.
Daí passámos então aos ensaios com o criador/realizador do projeto, Gonçalo Fonseca. Estes ensaios decorreram durante maio, junho e julho e podemos dizer que foi assim que o espetáculo foi montado nas mãos de cada um de nós, em que no fundo todos introduziram um pedaço de si naquele a que viria a ser o resultado final.
A passos largos chegava então a data de apresentação nos dias 25, 26 e 27 de julho tendo como palco o emblemático Palácio da Brejoeira que com a sua beleza natural contribuiu em muito para enriquecer o espetáculo.
Esta experiência que a todos agradou, ajudou-nos a crescer enquanto potenciais atores e conhecedores do meio envolvente visto que foi-nos dado a tarefa de recriar uma tradição muito importante na nossa história pois se pensarmos bem Monção é a sua vinha. Aquilo que melhor nos retrata a nível nacional e internacional é o nosso vinho sendo por isso uma experiencia enriquecedora em relação à nossa cultura.
Outro aspeto que adoramos na experiência foi o grupo e o ambiente criado entre todos. Desde os atores profissionais, os músicos e até à nossa querida estagiária todos nos relacionámos com relativa facilidade e boa disposição, criando um grupo fantástico com vontade de trabalhar e fazer este projeto crescer.
Só nos resta então agradecer a todos os participantes e pedir uma salva de palmas ao nosso querido encenador Gonçalo Fonseca, ao grupo de atores profissionais da companhia das Comédias (Luís Filipe Silva, Mónica Tavares e Tânia Almeida), às Comédias do Minho em si por terem apostado em nós, à Radar 360º pela experiência positiva que nos proporcionaram, ao Palácio da Brejoeira e à Câmara Municipal de Monção pelo apoio manifestado. E, não nos podemos esquecer, uma salva de palmas a nós.


Sandra Santos | P COURA

Existem acontecimentos que ocupam a nossa vida sem pedir licença. Que chegam devagarinho e vão ocupando terreno, desbravando sentimentos, galgando resistências, abrindo novos cenários… O Solar foi assim!
Dançar na paisagem? Contar uma história, um ciclo da terra, da vinha e do vinho? (Não é coisa para meninos).
Perceber que se pode criar a partir de coisas tão simples como gestos repetidos, gestos que transmitem a força que vem da terra, do suor e do cansaço…
Foi bom compartilhar dessa criação, perceber como o meu “eu” se transforma em “nós” trazendo “todos” para dentro de um sonho que é posto em cena.
Ocupar um “palco” diferente obrigou-nos a explorar as potencialidades do movimento do corpo interagindo com a natureza e o cenário natural da praia do Tabuão trouxe uma magia que foi muito além do próprio espetáculo.
Falar do Solar em Coura, para mim, é falar dos últimos raios de sol a atravessar as folhas das árvores, de reflexos suaves na superfície do rio, da humidade da terra misturada com o suor do corpo, do calor de um ombro amigo, da música em sintonia com a cascata, de braços a dançar como videiras contra um céu de estrelas…


Ana Filipa Domingues, Gabriel Cristiano e Juliana Pires e grupo | MELGAÇO

Após um longo e intenso período de trabalho com vista à criação do projeto “ Solar”, encenado por Gonçalo Fonseca, podemos afirmar que foi uma experiência enriquecedora em todos os sentidos.
Para termos o primeiro contacto com o teatro físico adaptado a situações de rua, tivemos uma pequena formação de três dias com a participação da Associação Cultural Radar 360º que nos sugeriram alguns momentos, emoções e imagens impulsionando-nos para um olhar diferente sobre o trabalho da vinha.
Depois da formação, tivemos contacto com os atores profissionais das Comédias do Minho e com o encenador Gonçalo Fonseca, que trabalhou connosco movimentos coreográficos destinados à apresentação final. Fez parte do processo de trabalho um desempenho tanto pessoal como de grupo: aprendemos a moldar o nosso corpo em diferentes situações e a trabalhar como um só. Podemos verificar que cada um possui uma visão distinta de todo o processo que vai da vinha à prateleira surgindo assim várias interpretações que enriqueceram o espetáculo e a nós mesmos.
O nosso objetivo com este espetáculo é relembrar ao espectador as memórias do passado que ainda possui, tal como num álbum de fotografias.
O contacto com os profissionais da representação funcionou como um alicerce, ou seja, proporcionaram-nos segurança para que tijolo a tijolo fosse possível construir esta grande e bela “casa”.
Os dois últimos ensaios realizaram-se na Quinta do Reguengo, local destinado à apresentação final. Entusiasmo e agitação foram dois dos sentimentos que passaram por nós no processo de adaptação ao espaço pois várias coisas foram alteradas e significava que estávamos cada vez mais próximos do momento da apresentação final.
Em conclusão, percorrer esta estrada com os profissionais e com todos aqueles que nos apoiaram, Comédias do Minho, foi muito enriquecedor e gratificante. Podemos dizer que conseguimos atingir a meta de mais uma corrida e esperamos ansiosamente por uma próxima. Um grande obrigado e não um adeus, mas sim um até já.

Monday, June 18, 2012

CADERNO FITAVALE 2012




FITAVALE - Inventar comunidades

Jorge Palinhos *


O teatro ama a pedra. Sempre a amou, dos anfiteatros gregos, aos mercados medievais, às fachadas dos teatros do romantismo. À falta de pedra, era de betão o anfiteatro cinzento e escuro coberto com telhado de zinco, no meio do casario de Verdoejo, nos arredores de Valença, o local onde decorria a cerimónia de encerramento do II Festival Itinerante de Teatro Amador do Vale do Minho - FITAVALE. Dentro do anfiteatro a transbordar de pessoas e entusiasmo, um autarca subiu ao palco para assinalar o encerramento do FITAVALE. Mal o acrónimo do Festival se lhe soltou dos lábios, foi acolhido por uma gargalhada coletiva que o deixou perplexo e a perguntar para os lados o que se passava.

O riso é um segredo, e quando esse segredo, esse filamento de imaginação, é partilhado por centenas de pessoas, sabemos que há algo que une essas pessoas e faz delas comunidade. E aquilo que se viu nos três dias do festival foi a invenção de uma comunidade.

O Festival em si é uma loucura e os seus organizadores, as Comédias do Minho lideradas por João Pedro Vaz, são um bando de loucos. Não loucos perigosos, mas loucos preciosos. A ideia do festival: apresentar cinco peças de teatro amadoras, dirigidas pelos profissionais das Comédias do Minho, montadas por associações locais, apresentadas em concelhos do vale do Alto Minho, que não sejam a sede da dita associação, ocupando diferentes espaços num raio de dezenas de quilómetros e movendo centenas de pessoas e equipamento ao longo dos cinco diferentes concelhos - Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira -, durante um fim-de-semana inteiro. Loucos, como eu dizia.

Num universo onde já não há messias nem santos, só os loucos é que ainda conseguem fazer milagres. E o FITAVALE é um milagre. Um milagre de esforço, entusiasmo, alegria, união, partilha, generosidade, improvisação e até inconsciência, que durante três dias transforma a região, criando dentro dela um mundo imaginário: o mundo do FITAVALE, onde centenas de pessoas, de diferentes concelhos, veem teatro, a mais louca das artes.

É que o teatro, ao contrário da prestigiada literatura, do glamoroso cinema, das veneráveis artes plásticas ou da irreverente multimédia, nunca exigiu o domínio de tecnologias avançadas, nunca exigiu materiais dispendiosos, nunca implicou técnicas de reprodução mecânica ou digital, nunca se refugiou num tempo e num espaço longínquos. É apenas algo que se faz aqui e agora, com corpos, gestos, vozes, suor, trabalho, perdigotos e uma fome torrencial de partilha com aqueles que nos rodeiam. É uma arte que assenta nessa loucura que é a de ter alguém à nossa frente a falar e a agir como se o mundo fosse diferente. Como se o mundo pudesse ser diferente. Não admira por isso que sempre tenha sido a arte que mais atemorizou os estados e as instituições. Haverá coisa mais louca e subversiva que inventar um presente diferente?

Talvez por isso, o teatro sempre foi a arte mais popular e a arte mais comunitária. A arte que se praticou em todas as aldeias e bairros de Portugal até há poucas décadas, que se podia fazer com uma máscara, um papel, um farrapo de roupa e muita vontade. A arte que, no dizer de George Steiner, inventa comunidades, que estabelece vínculos entre aqueles que veem e aqueles que fazem, que cria gestos, palavras, histórias e imaginários comuns. Veja-se como a estrutura do teatro é justamente a do viver em comunidade: diferentes pessoas que têm de conviver no mesmo espaço, negociar o mesmo espaço, partilhar a fala mítica que define o ser humano, e ser uns com os outros e uns contra os outros, tal como Georg Simmel definia a ideia de comunidade.

E, durante um fim-de-semana, esse lugar mítico que é o vale tornou-se um lugar ainda mais mítico. Cinco peças notáveis, que revelam como o teatro pode ser o óculo para uma comunidade ver mais longe, ou o espelho para se ver a si própria.

No primeiro caso temos “Dança de Roda”, de Arthur Schnitzler, montado pelo Teatro Amador Courense, sob direção de Mónica Tavares, que nos mostra como uma história escrita há mais de cem anos pode ainda ter ressonância hoje.

Temos também «Nim», pelos Outra Cena, de Vila Nova de Cerveira, dirigido por Tânia Almeida, em que o universo esotérico de Alejandro Jodorowski funde com a vida quotidiana dos próprios atores, mostrando como é pouca a distância entre um e outros.

A olhar também longe, temos também «Voz Off», pelo Os Simples, Grupo Amador de Teatro de Melgaço, dirigido por Gonçalo Fonseca, que monta uma maquinaria cénica de uma complexidade inalcançávek por muitas companhias profissionais, misturando elementos do imaginário francês de Jacques Tati com elementos minhotos, para criar algo ao mesmo tempo exótico e reconhecível.

Já do outro lado, do lado de quem olha para si próprio, para quem é, temos «Garganta», pelos Verde Vejo, da Associação Cultural de Verdoejo, Valença, coordenados por Rui Mendonça, que escolheram encenar as suas próprias memórias comunitárias, da forma como elas são mais verdadeiras: como fantasmas impalpáveis e difusos, mas também fortes e omnipresentes nos mais simples dos gestos.

Por fim, e acabo com a peça que inaugurou o Festival, «O Passeio dos Mortos», pela Associação Filarmónica Milagrense, de Monção, dirigida por Luís Filipe Silva. Uma meditação sobre os efeitos sociais da Guerra Civil Espanhola na Galiza, escrita por um membro da companhia, Ilídio Castro, que revela uma dramaturgia límpida e uma torrencialidade verbal onde ecoa o teatro popular português; aquele teatro que influenciou Gil Vicente e António José da Silva, que perdurou nas aldeias portuguesas até ao século XX e que foi levado pelas naus e caravelas para outros lugares do mundo e aí ganhou raízes, como em São Tomé e Príncipe ou no Nordeste Brasileiro.

Recapitulemos brevemente toda a insanidade que são as Comédias do Minho: numa época em que se aposta nas ditas «indústrias criativas», aquarteladas em zonas urbanas e «centrais», para criarem «produtos» a serem consumidos passivamente por clientes pagantes; numa altura em que somos todos urbanos, suburbanos, europeus, cosmopolitas, especialistas, internacionais e virtuais, temos uma companhia de teatro numa zona rural, periférica, intermunicipal, que faz um festival de teatro gratuito, amador, com salas cheias de gente de todas as idades e camadas sociais, que dá formação artística a não-profissionais e lhes dá a possibilidade de criarem cultura, de desenvolverem mecanismos de criação, de se confrontarem com o outro ou - o que é ainda mais difícil - de se confrontarem consigo próprias, de se pensarem como pessoas e como comunidades, não através de alta tecnologia ou de «peritos internacionais», mas através da forma mais natural de pensar: com o corpo, com os gestos, com a presença, com a ação.

Em suma, uma companhia de teatro que mostra que a única forma de transformar os espaços e as pessoas é através do esforço e empenho continuado das próprias pessoas. Um companhia que faz aquilo que um perito americano chamaria «empowerment», mas a que eu chamo apenas de dar liberdade. A forma mais profunda de liberdade, aquela que assenta na imaginação e no fazer.

Uma maluqueira completa, dizia eu. Uma subversão. Um gesto radical. Uma ameaça à crise crónica em que o país tanto se revê. Algo que merecia ser estudado num congresso repleto de peritos internacionais, comissões, debates, estudos, estatísticas e inquéritos. Mas, enquanto isso não acontece (e talvez seja melhor que não aconteça), que as Comédias não se cansem e continuem a mostrar os frutos do seu trabalho no FITAVALE.

Voltando ao FITAVALE, o mesmo autarca acabou por compreender o motivo do riso - que nada tinha a ver com ele, mas que por discrição não irei aqui revelar - e acabou por partilhar dele. Mais um convertido à loucura do FITAVALE, portanto. Convido-vos a converterem-se também num dos próximos anos. Afinal, as comunidades não são entidades graníticas e fechadas, são rios, como o Minho, fluídos e difusos, únicos e irrepetíveis, e sempre a acolher novos afluentes que lhes possam engrossar o caudal.

Impressões sobre o FITAVALE já a caminho do terceiro ano

Ricardo Braun **


1. A ideia tinha tudo para não resultar. Durante três dias, em Maio de 2011, cinco grupos de teatro amador de cinco concelhos do Alto Minho (os concelhos das Comédias: Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira) cruzam o território e apresentam-se, longe de casa, longe do seu público. Os grupos não se conhecem, nunca viram o trabalho uns dos outros, nem nunca tiveram essa vontade. Existem localmente e trabalham para si. A proposta de os juntar num fim-de-semana de apresentações e de vivência do território permitiu que se criasse uma rede efectiva, funcional, de troca de experiências, de expectativas, e de real partilha de teatro. Para os espectadores, de activação de um aparelho crítico. (Pude ouvir, no Minho, conversas, impressões, referências, que há muito não ouço em foyers de outros teatros, tão outros e a maior parte das vezes tão acríticos). Um ano depois, perguntamo-nos como poderia a ideia não resultar. Os grupos conhecem-se, acompanham-se. Viajam no território. Oferecem e procuram teatro.

2. Várias vezes, já, a palavra “território”: múltiplo e indivisível. O projecto total das Comédias funciona porque conhece o seu território com as suas diferenças e porque permite que esse mesmo espaço, o espaço da absoluta diferença, seja reivindicado por cada um dos grupos. Foram-nos apresentados cinco espectáculos completamente diferentes. Palavras-chave (algumas): Schnitzler. Jodorowski. Tati (ou, Variações sobre Playtime) (entre Braga e Nova Iorque). Variações sobre Verdoejo, entre Valença e Monção. Um novo texto português. (Pequeno parêntesis: “um novo texto português” carrega bem mais implicações do que à primeira vista parece. Tema para uma possível reflexão: o texto amador. Tese: não há textos amadores). Mais: cada um dos grupos, neste segundo ano, propôs-se de forma muito consciente fazer algo que não lhes fosse imediato. O espaço da absoluta diferença torna-se, então, um espaço de risco, de experimentação e de auto-questionamento de todos enquanto espectadores (primeiro) e enquanto criadores (depois) (ou vice-versa).

3. Uma ideia que ouvi, ao almoço, de um membro de um dos grupos: uma temporada de teatro (e por que não) partilhada por todos, pensada colectivamente, somada de espectáculos de todos os grupos. A solidificação de uma dinâmica conjunta e contínua, ao longo do ano.

4. A cada grupo de teatro amador cabe um dos actores da companhia, actor-encenador-dinamizador(-tudo), que trabalha com eles ao longo do ano e os orienta na procura e construção do espectáculo. Os universos encontram-se de todos os envolvidos, contaminam-se, enchem-se de referências. A competência teatral por contágio. Amadores e profissionais. Também: alguns dos actores que pertencem aos grupos puderam, ao longo do ano, trabalhar com diversíssimos outros criadores, em outros projectos da companhia. Várias vezes, já, a expressão “ao longo do ano”.

5. Breve aparte, sobre profissionais e amadores: vi durante o Fitavale aquele que foi, muito possivelmente, o melhor espectáculo que pude ver este ano. Já vamos em Junho.

6. (O território, mais uma vez). Fala-se muito (na cidade) da mobilidade de públicos (entre teatros/propostas) e aqui essa mobilidade é feita de estradas, percebem-se distâncias e fazem-se ligações, isto é, organizam-se as referências artísticas em cima de um mapa real. O gesto de ir, de sair, é fundamental, para quem faz e para quem vê. Exige-se de todos uma maior responsabilidade, de onde uma maior liberdade. O criador é espectador é criador. (O óbvio é tudo menos óbvio). Nesta segunda edição, entre setecentos e oitocentos espectadores viram os cinco espectáculos ao longo dos três dias. Em todas as apresentações verificou-se um aumento significativo de público em relação ao ano anterior. Criou-se um público que sempre existira, mas sem o saber. Um público latente. (Pense-se depois, noutro lugar, sobre a latência das cidades).

7. Tema para outra possível reflexão: o teatro amador e a nova Volksstück (Horváth, Fleißer, Fassbinder, Kroetz). “A luta entre indivíduo e sociedade” (Hansjörg Schneider sobre Horváth). “Fé caridade esperança” no Alto Minho.

8. Importa, então, compreender o Fitavale como um espaço de celebração de um ano inteiro de trabalho. Um trabalho próximo, sério, e, acima de tudo, continuado no tempo, que é, também, a única forma de se criarem os proverbiais públicos que ninguém sabe onde estão. Estão onde permitirmos que estejam. (A democracia da experiência cultural). Querem ser implicados. Reivindicam a liberdade de querer ir ver.

9. Trata-se, portanto, de uma proposta continuada de se montar uma escola (péssima palavra) de competências, tanto para os criadores como para os espectadores. Cada um destes cinco grupos vem adquirindo ferramentas artísticas que, muito facilmente, lhes permitirão organizar os seus próprios espectáculos de forma autónoma no espaço de poucos anos. Os actores das Comédias desdobram-se de capacidades, complicam-se enquanto criadores e enquanto actores, vivem os grupos. Os espectadores, confrontados com novas linguagens, com novos objectos, equipam-se de competências críticas, cultivam uma exigência responsável, informada. (Isabel Alves Costa: “A atitude das pessoas é: mas o que é que eles irão fazer a seguir? Não estão de todo à espera do mesmo”. Alexandra Moreira da Silva: “Mas estão à espera de alguma coisa. Esperam verdadeiramente, e isso será talvez o que de mais político existe no teatro”). Então, e para fechar: o projecto total das Comédias (pedagógico, comunitário, companhia de teatro) a provocar o aparecimento do agente total (espectador=criador).

10. Já se escolhem textos para 2013. Bom trabalho.


*Jorge Palinhos é dramaturgo e docente universitário. Tem colaborado com várias companhias portuguesas e estrangeiras.
** Ricardo Braun é autor, tradutor e dramaturgista.

Wednesday, June 6, 2012

PRÉMIO DA CRÍTICA 2011

A Associação Portuguesa de Críticos de Teatro atribuiu o Prémio da Crítica, relativo ao ano de 2011, às Comédias do Minho. O júri foi constituído por Alexandra Moreira da Silva, Constança Carvalho Homem, João Carneiro, Maria Helena Serôdio e Rui Monteiro.

Comédias do Minho
Duas ou três ideias sobre um teatro necessário

Alexandra Moreira da Silva
  1. “A movida artística”
Num pequeno texto de introdução ao programa de 2011 das Comédias do Minho, o leitor /espetador contemporâneo, incauto porque conformado com a já habitual necessidade de circunscrever o seu interesse ao que se vai fazendo aqui e agora, adiando a sua natural curiosidade relativamente a configurações programáticas mais amplas – entenda-se para uma temporada – sendo obrigado a resignar-se, não raras vezes, perante a incerteza ou, pior ainda, o abandono de projetos e ambições nas mais variadas áreas e domínios artísticos, espanta-se com a ousadia, o otimismo, a confiança e a persistência que podemos ler nas palavras inaugurais do referido texto: “As Comédias do Minho, durante os próximos dois anos vão mergulhar ainda mais no seu Território à procura de novos desafios – temas e paisagens do Vale do Minho vão ser ponto forte de arriscados e profundos trabalhos de criação”. O mais extraordinário é que prometeram e cumpriram. Pelo menos no primeiro ano, em 2011, e, de acordo com o novo caderno de programação, preparam-se já para assegurar o segundo ano com o mesmo dinamismo e a mesma criatividade.

A “movida artística”[i] que as Comédias instalaram no Alto Minho passa muito pela Companhia de Teatro da qual fazem parte, para além do seu diretor artístico João Pedro Vaz, os actores e criadores Gonçalo Fonseca, Luís Filipe Silva, Mónica Tavares, Rui Mendonça e Tânia Almeida que decidiram mudar-se com diferentes armas artísticas e reconhecida bagagem teatral para o Alto Minho, dispostos a arregaçarem as mangas e a dedicarem-se, talvez mais do que nunca, a essa “arte poderosamente arcaica”, como lhe chama Jean-Christophe Bailly[ii], que é o teatro.
Mas não só dos residentes vive a dinâmica deste projeto. A “movida” implica, desde logo, uma rede de vasos comunicantes que tem levado até aos cinco concelhos do Vale do Minho (Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova de Cerveira) criadores tão diversos quanto Pedro Penim, Madalena Vitorino, Sílvia Real, Igor Gandra, Marcos Barbosa ou mais recentemente Nuno Cardoso e Joana Providência. Escusado será dizer que não se trata de fazer um teatro regionalista, nem sequer um teatro etnográfico. Os projetos partem de materiais e ferramentas que funcionam “em Melgaço ou em Reiquejavique”[iii], como afirma Pedro Penim: de Steven Berkoff, aos vídeos do YouTube, passando pela Bíblia ou pelo Fidalgo Aprendiz, tudo pode ser trabalhado, repensado e visto no Alto Minho, com o mesmo rigor e a mesma seriedade com que estes trabalhos foram apresentados no Balleteatro, no Porto, ou no TNDM, em Lisboa.

Em 2011, permito-me destacar o projeto Casa Grande, co-produzido pela Fundação Lapa do Lobo, que resultou na criação de cinco espetáculos a partir de cinco espaços físicos diferentes. Casas de família, solares desabitados, vazios ou devolutos, foram ocupados, transformados, revisitados por Tânia Almeida, que assinou a encenação deste projeto, por atores (profissionais e amadores), por Rui Mendonça, Lucília Raimundo, Ana Limpinho, Maria João Castelo e Vasco Ferreira que integraram a equipa artística de Casa Grande, e sobretudo por um público atento, ávido e de uma rara heterogeniedade, todos convictos e conscientes de que os espaços também têm memória. E com a memória vem o tempo, e com o tempo vêm as histórias (da aristocracia monárquica na passagem para a República, por exemplo, ou dos militantes anti-fascistas na clandestinidade no período pré-revolucionário). Em 1983, numa conferência proferida em Roma, Antoine Vitez fazia a seguinte afirmação sobre a prática teatral: “É um trabalho de ordem monástica, mesmo se a nossa vida não é monástica. Somos pessoas que nos fechamos em sítios fechados (...) e nesses lugares conservamos frases que já foram pronunciadas e concebidas, e dedicamo-nos a reconstituir movimentos através da imaginação e a partir do rasto de acções que foram escritas. Fazemos isto para trabalhar, para criticar a memória da humanidade. É este o nosso ofício, trabalhar sobre esta memória.”[iv] Entre o íntimo e o político, Casa Grande parece subscrever as palavras de Antoine Vitez, apresentando-se, antes de mais, como um projeto que interroga a identidade, que percorre insistentemente um espaço, um tempo, uma memória, e que deste modo questiona e reescreve a ficção.
  1. “Aproximarte” é aproximarmo-nos: itinerâncias polifónicas
Entre a criação contemporânea e o trabalho no terreno, as Comédias não têm tempo a perder. O projeto “Aproximarte” envolve várias escolas dos cinco concelhos do Vale do Minho do ensino pré-escolar, básico e secundário, bem como professores, famílias e utentes APPACDM. Contrariamente ao que se possa imaginar, esta vertente pedagógica das Comédias não constitui uma atividade marginal, bem pelo contrário, trata-se de um labor nuclear que escolhe e utiliza uma grande diversidade de ferramentas e de estratégias: oficinas de dança, de cinema de animação, de movimento, de formação artística, cursos de teatro, encontros com criadores... são apenas algumas das propostas que visam a promoção e o desenvolvimento de um conceito de “público” que conscientemente contraria a muito contemporânea noção de “audiência”. Isabel Alves Costa, mentora incontornável deste projeto, falava da necessidade de se estabelecer “uma relação íntima com a população”; “Aqui vemos ao vivo o que é a formação dos públicos”, afirma. “A atitude das pessoas é: mas o que é que eles irão fazer a seguir? Não estão de todo à espera do mesmo”[v], conclui. Mas estão à espera de alguma coisa. Esperam verdadeiramente, e isso será talvez o que de mais político existe no teatro. Como afirma Denis Guénoun “o caráter político do teatro não está no palco – ou (...) em todo o caso, não é no palco que ele se encontra em primeiro lugar – mas sim na sala”[vi]. Ou seja, nessa capacidade de conseguir reunir, a uma certa hora, num determinado lugar, uma comunidade a que talvez possamos chamar “teatral”. Em 2011, 13 500 espetadores assistiram aos espetáculos das Comédias do Minho – número invejável nos tempos que correm.

Contudo, mais importante do que os números – e este é certamente um dos grandes méritos das Comédias – será esta vontade, esta capacidade de criar aquilo a que Jean-Christophe Bailly chama uma comunidade de espera, conceito a distinguir de uma pura aproximação quantitativa porque, como refere o autor, “não é adicionando o número de leitores de livros, o número de visitantes de exposições e o número de espetadores de teatro que assistiremos à formação de uma qualquer consistência.”[vii] A comunidade de espera pressupõe uma vontade de abertura. Abertura ao tempo, desde logo, a um tempo lento que mais não é do que um espaço de sentidos e de desejo de partilha desses sentidos. O teatro não é um filme que se leva para casa, não é um quadro que se vê num museu, não é um livro que se lê na solidão da poltrona. O teatro é um desejo comum.

Nestas itinerâncias polifónicas, há ainda lugar para os espectáculos comunitários, onde participam grupos de teatro amador e associações locais, como é o caso da Queima do Judas, dos cinco acontecimentos artísticos que assinalaram a comemoração dos 750 do concelho de Monção, ou do muito improvável – mas que contrariando todas as improbabilidades conta já com uma segunda edição – FITAVALE (Festival Itinerante de Teatro Amador do Vale do Minho).
São assim as Comédias do Minho, são tudo isto e muito mais, conscientes de que na cidade ou na “discreta vila, perdida no meio da serra, já só pedras e quase a tocar no céu”[viii], o teatro é não só possível como também necessário.
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[i]A expressão “movida artística” surge no final do texto de introdução ao programa  de 2011 das Comédias do Minho: “Um programa intenso, utópico, enérgico! Contra a austeridade, uma verdadeira movida artística, um centro cultural itinerante, um centro cultural na paisagem!”
[ii] Jean-Christophe Bailly, “Un jour mon prince viendra”, in Stiegler, Bailly, Guénoun, Le Théâtre, le peuple, la passion, Besonçon, Les Solitaires Intempestifs, 2006, p. 67
[iii] Pedro Penim citado por Inês Nadais in “Reiquejavique no Alto Minho”, Público, 06.01.2009.
[iv] Antoine Vitez, “La Réssurection”, Antoine Vitez, Actes Sud-Papiers/ Conservatoire d’Art Dramatique, Mettre en Scène, 2006, p. 108
[v] Isabel Alves Costa citada por Inês Nadais in “Estes actores foram trabalhar para o campo”, Público, 03.04.2009.
[vi] Denis Guénoun, “Que faire du théâtre, Que faire au théâtre”, Livraison et délivrance, Paris, Belin, 2009, p. 46.
[vii] Jean-Christophe Bailly, “Un jour mon prince viendra”, in Stiegler, Bailly, Guénoun, Le Théâtre, le peuple, la passion, Besonçon, Les Solitaires Intempestifs, 2006, p. 77.
[viii] Tiago Bartolomeu Costa, “De pés na terra e teatro como céu”, Público, 24.01.2012.

Monday, April 30, 2012

             
                      03 MAI Qui 21:30 | Penso Sede da Junta de Freguesia
                      04 MAI Sex 21:30 | Melgaço Casa da Cultura > Conversa com o Público
                      05 MAI Sáb 21:30 | Castro Laboreiro Centro Cívico
                      06 MAI Dom 15:30 | S. Gregório Os Fronteiriços
                

Monday, April 23, 2012


                        26 ABR Qui 21:30 P Coura Centro Cultural 
                        27 ABR Sex 22:00 P Coura Centro Cultural > Conversa com o Público
                        28 ABR Sáb 22:00 Agualonga Sede da Junta de Freguesia
                        29 ABR Dom 21:30 Bico Sede da Junta de Freguesia

Tuesday, April 17, 2012


                        19 ABR Qui 21:00 | Gondarém Centro Convívio Sénior
                        20 ABR Sex 21:00 | Reboreda Sede da Junta de Freguesia
                        21 ABR Sáb 21:00 | VN Cerveira Cine-Teatro > Conversa com o Público
                        22 ABR Dom 15:00 | Covas Salão Paroquial

Wednesday, April 11, 2012

 
                        12 ABR Qui 21:30 | Valença Alfândega
                        13 ABR Sex 21:30 | Verdoejo Auditório > Conversa com o Público
                        14 ABR Sáb 21:30 | Taião Sede da Junta de Freguesia
                        15 ABR Dom 16:30 | Fontoura Sede da Junta de Freguesia

Wednesday, April 4, 2012

QUEIMA DE JUDAS SUPERSTAR

ESPETÁCULO COMUNITÁRIO
7 ABR | CASTELO DE VN CERVEIRA | 22H45


A "Queima de Judas" é uma festa popular que tem lugar no  sábado que antecede a Páscoa, na qual se recupera o ritual pagão da morte do ano velho e da chegada da primavera, numa representação de pendor judaico-cristão, onde se condena Judas, o traidor, e se festeja a ressurreição de Jesus Cristo.

Com a participação das Comédias do Minho, do grupo "Outra Cena", da comunidade de VN de Cerveira e de elementos da Bremer Shakespeare Company, em residência no município.

DIREÇÃO Tânia Almeida e Gonçalo Fonseca
ORIENTAÇÃO Lee Beagley
ORGANIZAÇÃO Município de Vila Nova de Cerveira


ATELIÊS DE CONSTRUÇÃO DE "JUDINHAS"
DE 3 A 6 ABR | TERREIRO VN CERVEIRA

Wednesday, March 21, 2012




                        29 MAR Qui 21:30 | Monção Escola Profissional / EPRAMI
                        30 MAR Sex 21:30 | Bela Salão Paroquial
                        31 MAR Sáb 21:30 | Moreira Salão Paroquial > Conversa com o Público             
                        01 ABR Dom 16:00 | Monção Casa do Curro 

Wednesday, March 7, 2012

CONVERSAS DE PORTA ABERTA | 14 MARÇO | QUARTA-FEIRA


BIBLIOTECA DE VALENÇA | 21h00
Com Joana Providência e John Mowat


O TEATRO DANÇA? 
Joana Providência (coreógrafa, criadora de CATABRISA, a circular desde 4 de Março) e John Mowat (encenador de O ESMAGADOR DE UVAS, a estrear no final de Março) são reconhecidos por criarem espetáculos entre o teatro e a dança, um encenador muito físico e "mecânico", uma coreógrafa fascinada pela luz e pela sombra. Vão conversar connosco sobre os seus processos de trabalho, o gesto antes ou depois do texto, os seus espetáculos para as Comédias do Minho,  etc, etc. Estarão presentes ainda Kevin Plumb (cenógrafo), Filipe Caldeira (intérprete), a equipa das Comédias do Minho e todos os amadores de teatro (e dança) que queiram colocar perguntas e descobrir… outras perguntas. A porta está aberta.

Saturday, March 3, 2012

Thursday, March 1, 2012

PRÉMIO DA CRÍTICA


É com muita satisfação que os promotores, mecenas e toda a equipa das Comédias do Minho – Associação para a Promoção de Actividades Culturais no Vale do Minho recebem a notícia que vencem o Prémio da Crítica 2011, atribuído pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.

O júri foi constituído por Alexandra Moreira da Silva, Constança Carvalho Homem, João Carneiro, Maria Helena Serôdio e Rui Monteiro.

A cerimónia da entrega do prémio realiza-se no próximo dia 5 de Março (Segunda-Feira), no Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal (Lisboa), às 18h30, sendo livre a entrada.
 Em 2011, e como já vem sendo hábito, as Comédias do Minho investiram na formação e na criação artística dentro e fora de portas, promovendo ações de formação, oficinas e encontros com criadores, e co-produzindo espectáculos com estruturas tão diversas quanto o Teatro Oficina, a Fundação Lapa do Lobo, Ao Cabo Teatro ou o Teatro Nacional Dona Maria II. Estrutura actualmente dirigida pelo ator e encenador João Pedro Vaz, as Comédias integram uma Companhia de Teatro, promovem o Projeto Pedagógico "aproximarte", no qual estão envolvidas várias escolas dos cinco concelhos do Vale do Minho, e apostam num conjunto de Projetos Comunitários em que participam regularmente grupos de teatro amador e associações locais, dando provas de uma sólida e intensa atividade, mostrando-nos, se alguma dúvida persistisse, que o teatro é necessário.

Associação Portuguesa de Críticos de Teatro
Maria Helena Serôdio
Presidente do Júri

Tuesday, January 24, 2012

Comédias do Minho Programa 2012

Inverno - De 25 a 29 Jan em Valença


25 jan Qua 21H30 | Ganfei Sede da Junta de Freguesia
26 jan Qui 21H30 | Valença Alfândega
27 jan Sex 21H30 | S Pedro da Torre Sede da Junta de Freguesia
28 jan Sáb 21H30 | Cristelo Covo Sede da Junta de Freguesia
29 jan Dom 16H30 | Cerdal Sede da Junta de Freguesia

Wednesday, January 18, 2012

Inverno - De 18 a 22 Jan em Melgaço


18 jan Qua 21H30 | Roussas  Sede da Associação "Os Cucos"
19 jan Qui 21H30 | Melgaço Casa da Cultura
20 jan Sex 21H30 | Melgaço Casa da Cultura
21 jan Sáb 21H30 | Castro Laboreiro Centro Cívico
22 jan Dom 21H30 | Pomares Centro Escolar

Monday, January 16, 2012

Monday, January 9, 2012

Inverno - De 11 a 15 Jan em Monção


11 jan Qua 21H30 | Monção  Escola Profissional / EPRAMI
12 jan Qui 21H30 | Tangil Escola Básica Integrada
13 jan Sex 21H30 | Lara Salão Paroquial
14 jan Sáb 21H30 | Troporiz Sede da Junta de Freguesia
15 jan Dom 16H00 | Barbeita Casa do Povo