Ao ser convidado pela Ass. Comédias do Minho para encenar uma peça, porquê aescolha de um Auto de Paixão? Por causa das raízes rurais e religiosas dacomunidade? Por uma opção artística?
A minha primeira opção foi logo a do Auto de Paixão.
Sou transmontano de criação, venho também de um contexto rural e religioso. Hoje sou um ateu cosmopolita.
Escolher uma Auto de Paixão é óptimo para trabalhar essa minha própria contradição. Pensando bem, é uma grande contradição nacional.
Depois atrai-me o imaginário da Paixão por ser intensamente físico.
Usar este texto é, ainda, inverter as funções, transformando o momento litúrgico mais teatral num momento teatral mais litúrgico. Ficamos assim próximos do ritual que, para as pessoas, parece ser mais importante do que o teatro.
Sou transmontano de criação, venho também de um contexto rural e religioso. Hoje sou um ateu cosmopolita.
Escolher uma Auto de Paixão é óptimo para trabalhar essa minha própria contradição. Pensando bem, é uma grande contradição nacional.
Depois atrai-me o imaginário da Paixão por ser intensamente físico.
Usar este texto é, ainda, inverter as funções, transformando o momento litúrgico mais teatral num momento teatral mais litúrgico. Ficamos assim próximos do ritual que, para as pessoas, parece ser mais importante do que o teatro.
Essa escolha não pode induzir a uma certa repetição daquilo que é a tradiçãolocal, em termos de representação dramática (ainda que amadora) do tema? O queé que a sua encenação acrescenta ou traz de novo?
Esta não é uma versão etnográfica ou tradicional mas uma 'nova' encenação do Auto de Paixão.
A pretensão não é a de trazer algo de 'novo' mas de tentar uma aproximação mais pessoal.
Havia certamente um modo de representar os Autos; nós não lhe somos fiéis. Ao mesmo tempo, jogamos de modo sensível, emotivo e inteligente (assim espero) com o imaginário colectivo e privado da Paixão de Cristo.
A pretensão não é a de trazer algo de 'novo' mas de tentar uma aproximação mais pessoal.
Havia certamente um modo de representar os Autos; nós não lhe somos fiéis. Ao mesmo tempo, jogamos de modo sensível, emotivo e inteligente (assim espero) com o imaginário colectivo e privado da Paixão de Cristo.
No comments:
Post a Comment